
O pé plano, popularmente conhecido como pé chato, é considerado uma deformidade do pé quando estamos nos referindo ao adulto. Neste artigo falaremos sobre o pé plano adquirido no adulto, patologia na qual a deformidade se inicia e/ou piora durante a fase adulta.
O pé plano é caracterizado pela perda do arco longitudinal medial do pé, em outras palavras, o pé chato basicamente refere-se a perda da “curvinha” que temos embaixo do pé, levando ao aumento de contato da região medial (interna) do pé com o solo.
Além da perda de altura do arco plantar medial, outras alterações estruturais do pé estão relacionadas a este quadro, como o desabamento da parte de dentro do pé, a rotação externa (para fora) da parte anterior do pé e até, em casos mais graves, a deformidade em valgo do tornozelo.

A maior queixa dos pacientes com quadro de pé chato é a dor na região medial do pé, “dor na parte de dentro do pé”, que é causada pelo aumento da pressão nas estruturas quando a pisada é realizada. No entanto, o pé plano pode causar dores em outras regiões como: parte lateral do pé, região do calcanhar e regiões interna e externa do tornozelo.
O diagnóstico do pé plano é essencialmente clínico. O cirurgião especialista em pé e tornozelo entende o quadro de dor do paciente e avalia em exame físico a postura do pé, o tipo de pisada, a flexibilidade e os locais de dor do paciente.
Os exames de imagem irão auxiliar no diagnóstico preciso de quais regiões do pé estão acometidas e são causadoras do quadro de dor e deformidade do paciente. Na maioria dos casos, utilizamos radiografias com carga, ressonância magnética e tomografia como ferramentas de auxílio.
Nos últimos cinco anos, o pé plano adquirido (do adulto) teve sua nomenclatura alterada para deformidade colapsante progressiva do pé, visto que é cada vez mais nítido em estudos recentes que esta patologia pode progredir caso não seja tratada corretamente.
Inicialmente, salvo casos que já chegam com deformidade grave, o primeiro tratamento realizado é o tratamento conservador, que visa medidas não cirúrgicas para o pé chato. Estão inclusos nessa categoria a fisioterapia, medicações, uso de palmilhas ou calçados especiais, e em alguns casos infiltrações.
Como citado anteriormente, é cada vez mais aceito dentro da ortopedia especializada em pé e tornozelo que o pé plano pode ser progressivo, e por esse motivo, a necessidade de cirurgia para correção é indicada de maneira mais precoce na maioria dos casos.
Entre os procedimentos cirúrgicos recomendados para o tratamento do pé chato, estão inclusos:
– Osteotomias: Recortes ósseos para reposicionamento do pé;
– Reconstrução de ligamentos: Principalmente do deltóide e ligamento mola no caso do pé chato;
– Transferências tendíneas: Quando utiliza-se tendões de outras regiões do pé para realizar atividade de um tendão que já não funciona mais;
– Artrodeses: Cirurgias em que unimos dois ossos para que parem de realizar movimentos dolorosos e para realinhar o membro;
– Artroplastia: Nos casos em que precisamos substituir a articulação por uma prótese.
O pé chato ou pé plano é uma doença que se manifesta de diversas formas e graus, e cada caso é único. Se você sofre com dores nos pés, agende já uma consulta com o Dr. Guilherme Favaretto para diagnóstico e definição do melhor tratamento para o seu caso.